Olá visitante da Galeria Rigoller!
Desta vez vou expor de forma diferente.
Não trarei para cá grande parte das obras, como o fiz em outras exposições. Mas vou contar um pouco do bastidor que compõe esta mostra: "Cotidiano: um ensaio sobre o humano".
Cotidiano começou há quatro anos e se trata de uma arte, digamos, conceitual (!?). Abaixo vou contar um pouco de cada etapa e atualizarei diversas vezes pelo sistema "update". De forma desordenada mesmo como tem sido o meu (apenas?) cotidiano.
De fragmentos em fragmentos será composto este post-exposição
Esta é uma intervenção on-line inserida na mostra que acontece paralelamente no Café com Letras - 203 sul - Brasília/DF.
Abraços,
Solange Pereira Pinto
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Anotações em 25.04.2008 - 17h34min:
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Desta vez vou expor de forma diferente.
Não trarei para cá grande parte das obras, como o fiz em outras exposições. Mas vou contar um pouco do bastidor que compõe esta mostra: "Cotidiano: um ensaio sobre o humano".
Cotidiano começou há quatro anos e se trata de uma arte, digamos, conceitual (!?). Abaixo vou contar um pouco de cada etapa e atualizarei diversas vezes pelo sistema "update". De forma desordenada mesmo como tem sido o meu (apenas?) cotidiano.
De fragmentos em fragmentos será composto este post-exposição
Esta é uma intervenção on-line inserida na mostra que acontece paralelamente no Café com Letras - 203 sul - Brasília/DF.
Abraços,
Solange Pereira Pinto
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Anotações em 25.04.2008 - 17h34min:
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Em 2008, a "placa" da exposição é fixada
Em 2008, o "cotidiano humano" rasga as paredes vermelhas entupindo espaços
Em 2008, exposição no Café com Letras
Em 2006, ficou pronto o bookart transformado em 2008 num livro de intervenções Respostas a questões anuláveis em vestibulares:
Fazer arte é fácil.
Ser artista é fácil.
Viver de arte é difícil.
Vender arte é difícil.
Gostar de arte é fácil.
Desde 2004 comecei minha exposição agora batizada de "Cotidiano: um ensaio sobre o humano". Em 2006 fiz mais um pedaço. Agora em 2008 lancei finalmente.
Alguém pode me perguntar? Por que tanta demora?
Custos! (somente eles?)
O que começou virtualmente e teria no planejamento ser uma exposição de arte digital (datashow, telão, espaço equipado e adequado, não gelado feito auditório de convenções blá-blá), acabou por se tornar um bookart em 2006, em seguida se transformou numa série de fotografias e camisetas, para agora em 2008 virar uma exposição de "quadros", CDs - série numerada (15 unidades), minibook, livro de intervenções, intervenções on-line e arte postal.
Os custos se acumularam e a exposição havia se tornado uma verdadeira pendência. Quando arte vira "pendência" algo há de muito errado nisso. Arte é para ser prazer, encantamento, contemplação, manuseio e explosão.
Arte guardada demais não dá, é como orgasmo no quase.
Arte tem que ser gozo total... com tudo inteiro. Dentro e pulsante!
Por isso, tive que botar o "Cotidiano" para rasgar as paredes vermelhas do Café com Letras.
Beijinhos! e até o update, melhor dizendo, até a próxima atualização.
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update - Anotações em 25.04.2008 - 23h54min:
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O show tem que continuar
Em 24 de abril de 2008: o brinde!
Acabei de perder tudo que escrevi para este update, e - muito contrariada - vou tentar repetir (reinventar?).
Esta experiência metalingüística de escrever "um post sobre o post - um diário virtual num post dentro de um blog que é um diário virtual ("uma expostsição")" além de desafiadora ilustra bem a temática a que me propus refletir: o coditiano.
Embora eu fique tentada a "estudar" o que vou escrever aqui nesta narrativa sobre o meu processo criativo confesso que vou me lançar em forma de fragmentos, ainda que inteira, liberta em pedaços. O que é mesmo a rotina se não uma seqüência de pequenos passos isolados que se encadeiam por repetição? Tomar banho e dormir não têm conexão!
Vamos à interrupção cotidiana e outra rotina a ser pesquisada: os imprevistos.
Percebi uma obviedade durante o processo: prazo vencido é bem diferente de prazo cumprido.
Qual foi o impulso que tirou da espera a obra finalizada para, enfim, acontecer o seu publicar?
Neste caso, creio ter sido a marcação da data de abertura da mostra. Foi naquele momento de abrir a agenda para escolher um dia e mês que se estabeleceu o "compromisso" com o público, foi quando a divulgação já estava na rua que se fez o prazo correr. Já havia o comprometimendo com a obra, uma vez que estava praticamente finalizada. Não houve prazo previamente definido quando a criação começou, por isso não estava - apesar de tantos anos - "vencido".
A criação que iniciou há quatro anos só teve sua data de estréia marcada há um mês. Há um ano as molduras foram compradas, porém pintadas há apenas seis dias. Há mais de dois anos os desenhos estavam prontos e há pouco menos de dois as fotografias foram reveladas. Às vésperas da mostra tive uma intoxicação alimentar que me botou na cama por mais de 24 horas. No dia da montagem tive que encaixar de última hora uma aula pública de balé da minha filha e uma febre repentina na hora de sair para recepcionar meus convidados. São administrações cotidianas.
Na hora que se abrem as cortinas não há tropeços, quedas, infortunios. Tudo desaparece entre um suspiro para se recompor um sorriso que se abrirá em boas-vindas. O prazo foi cumprido.
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update - Anotações em 30.04.2008 - 5h43min:
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Fui me procurar e te encontrei...
Então, a mostra "Cotidiano" continua no Café com Letras. Não postei nos últimos dias pelo velho motivo que para nosso cotidiano: o próprio cotidiano. Uma gripe. Um trabalho extra. O imposto de renda para entregar. Uma preguiça. Um monte de contas a pagar. Um fim de semana para vadiar. E coisa, e tal.
O book de intervenções continua rolando e tenho me surpreendido com as releituras feitas nele. É muito interessante ver alguém interferindo em sua arte, complementando, alterando. É um baita exercício de desapego e co-construção, assim como deve ser o nosso "cotidiano".
E, hoje, depois de uma pausa de trabalhos empilhados nos ombros fui ao velho amigo google pesquisar a palavra chave desta exposição: "Cotidiano Humano". Nos resultados me deparei (em segunda posição, eu acho) com o vídeo-animação abaixo. Muito bom, por sinal. E, de alguma maneira, vi identidade com o meu trabalho. Seja pelo preto e branco predominante e um vermelho pontuando como plano suplementar, seja pelo traçado "repetitivo" (pontual?), seja pela batida do girar dos ponteiros... Compartilho aqui, com vocês, um outro Cotidiano Humano como o meu (o seu? o nosso?).
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update - Anotações em 14.05.2008 - 4h42min:
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Agora eu mostro...
A vida atribulada realmente nos retira do estado de arte. Tanta coisa para contar! Mas o cotidiano é cruel e engolidor de desejos. Acaba nos restando entrar na lei da gravidade dos dias! Com tudo caíndo sobre nossas cabeças...
Ainda assim eu posso me considerar um indivíduo feliz. Realmente tenho paixão pelo que faço e isso é alimento. Claro que poderia ter mais grana para alimentar melhor a vida física (embora não esteja precisando comer, pois até acima do peso estou), alimentar os olhos de novos países, alimentar o corpo com massagens, cremes e óleos, alimentar o nariz com aromas de iguarias e perfumes, alimentar o paladar de suculentisses rsss, alimentar as mãos com pinceis de qualidade e tintas bláblá.
No entanto, o alimento da alma sempre me foi mais urgente. O medo da minha inanição de viver foi o que me movimentou a criar meios de viver. Mas é um viver da subjetividade, um viver abstrato, um viver do lado dentro.
Ontem vi um seriado americano (Arquivo morto), no qual um serial killer colecionador seqüestrava mulheres que tinham o brilho de viver por causa de alguém (Deus, filho, noivo etc). Ele, psicopata, tinha o prazer de ver alguém que amava tanto outro alguém, e tinha muito motivo para viver, fosse à derrota. Prendia essa pessoa em um porão e esperava ela perder a esperança, por consequência viria a morte. Pois, havia perdido a "motivação" de viver. Até que uma das vítimas não sucumbiu, porque ela própria era sua motivação para não morrer.
Fiquei pensando nisso: as motivações! O comportamento humano, a arte e a palavra escrita sempre foram meus combustíveis. Talvez por isso mesmo eu tenha passado grande parte de minha vida estudando para encontrar uma forma de unir todas as motivações em um grande motivo e sentido de viver. Posso dizer que encontrei algumas formas e a arte é a cola que as une.
Seja escrevendo (arte literária), seja pintando (artes plásticas), seja atendendo (arteterapia), vou tecendo um cotidiano artístico para mim. E, me tornando plena.
Hoje posso dizer que tenho os contornos mais vivos, mais claros. A arte me constituiu na mesma medida em que eu fui a constituindo. Uma moldando a outra.
Dessa forma, ainda que o cotidiano coloque pesos sobre os ombros, coloque coleira nos pulsos, coloque cegueira nos prazeres, consigo me vestir de artista e dar o melhor de mim como retorno à natureza. Aponto o lápis e conduzo as palavras em crônicas, contos e poesias. Molho os pincéis e pinto meus questionamentos. Recorto o papel e colo minhas expressões. Rodopio o mouse e esculpo seres virtuais de um cotidiano real.
Assim passam os dias. Às vezes rindo. Às vezes não. Assim passam os dias. Mas sem arte, não!
Ah, muitos foram os pedidos por e-mail para que eu divulgasse aqui todos os trabalhos da exposição Cotidiano: um ensaio sobre o humano. Ta ai! Agora é só seguir o link e boa diversão!
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update - Anotações em 24.05.2008 - 22h18min:
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Co-participantes...
A mostra "Cotidiano: um ensaio sobre o humano" teve também a participação da platéia intervindo no livro-arte da exposição. Veja algumas fotos:
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