sexta-feira, 23 de maio de 1980

Grafites guardados - onde tudo começa - 1980

Um dia algo novo começa. A gente aprende a balbuciar. Em outro dia algo novo começa. A gente aprende a engatinhar. Depois algo novo começa novamente. A gente aprende a andar, a falar, a escrever, a segurar as coisas com mão etc.

um dia aprendi a segurar o lápis grafite para escrever durante as aulas quando ainda não se podia usar caneta. porém, tão logo a caneta foi liberada, comecei a usar o grafite para desenhar nos cadernos da escola.

ali já estava meu fascínio pelo fantasioso, surreal, desconstruído, desconfigurado, caótico, fragmentado, romântico, iluminado, contrastante, simbólico, flutuante, flexível... Foram tantas imagens que tentei desenhar, dar tom, escolher uma voz. 

assim se fez meu primeiro portfólio de adolescente! Um conjunto de grafites sem valor artístico, mas com muito valor criativo, valor de processo de autoconfiança, valor de coragem de arriscar e mostrar aos outros, valor de me sentir capaz de desenhar do meu jeito, valor de ser livre para me expressar como podia sem ligar para comentários e críticas alheias.

esse primeiro conjunto é o embrião da artista que sempre me habitou e precisava dar as caras. foi em preto e  branco que eu nasci. foi em cadernos de escola que comecei a desenhar. foi com o carvão e o grafite escuro que sujei minhas mãos encontrando felicidade e paz na mente. 

não importava tanto o resultado, e sim encarar a folha branca, brincar com ela e ver onde ia dar. nunca sabia por onde meus dedos, pontas e borrachas chegariam.

e ai estão alguns caminhos percorridos! 

por solange - desde 1980 a 1987



 







































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